segunda-feira, 29 de abril de 2013

36ª Corrida da Liberdade

Quando ocorreu a revolução 25 de Abril, tinha eu 13 anos de idade, encontrava-me na aldeia onde nasci e cresci, lá nos confins da Beira Baixa, onde as notícias chegavam tarde e a preto e branco. Apenas se ouvia na rádio e tv que tinha havido uma revolução em Lisboa, notando-se no rosto de todos um semblante de preocupação e algum medo.


Esses momentos também ficaram na minha memória, pois tinha ouvido alguns relatos, passados com alguns moradores da aldeia e até de familiares, que sofreram atrocidades com a polícia política do regime (PIDE), pelo que a vontade de festejar qualquer coisa ainda estava arredada.

Com a queda do regime fascista, o fim da opressão e a conquista da liberdade de expressão, os festejos têm vindo a fazer-se ano após ano, em todos os 25 de Abril, com manifestações festivas e desportivas, tendo este ano decorrida mais uma Corrida da Liberdade.

A apresentação da corrida por algumas individualidades

A partida deu-se no interior do Regimento de Engenharia n.º 1, na Pontinha, um quartel militar ligado à revolução dos cravos, porque foi o posto de comando de todas as operações do MFA, teve um percurso por diversas artérias da cidade de Lisboa, numa distância de 11 km, terminando na Praça dos Restauradores.

Em frente ao quartel com o Camacho

Este ano tive a companhia do amigo Camacho, tendo ainda encontrado vários outros companheiros de corridas, confraternizando em alegria com muitos outros participantes, com um cravo vermelho na mão e ao som de músicas de intervenção do Zeca Afonso.

Quanto à corrida não houve classificações nem era o mais importantes, no final, a festa nos Restauradores, com direito a festejos com a fanfarra dos Bombeiros.

João A. Melo

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