quarta-feira, 28 de abril de 2010

Corrida da Liberdade


25 Abril (Dom) - 12km – 33ª Corrida da Liberdade - Lisboa

Nasci no antigo regime e vivi a maior parte da minha vida no pós-25 de Abril, lembro-me dos tempos de obscurantismo e medos, não que tivessem passado por mim essas experiências, pois até aos 13 anos, vive-se uma vida de sonhos, abstraída da realidade, mas pelo que ouvi contar aos meus familiares. Desde a opressão a um povo que estava proibido de expressar os seus ideais e sentimentos, como também à desigualdade social, em que os “senhores” mais afortunados, subjugavam (na sua maioria) os mais fracos e todos aqueles que sobreviviam apenas do seu trabalho. O 25 de Abril veio florir a vida das pessoas, foi um romper com a história de medos e opressões, dando lugar à esperança numa vida melhor, pelo menos com liberdade de expressão.
A corrida da Liberdade teve inicio no Largo do Carmo, o palco da revolução, seguindo-se depois pelas principais artérias e Praças de Lisboa, como a Rua da Escola Politécnica, Largo do Rato, Av. Da Liberdade, Marquês de Pombal, Av. Fontes Pereira de Melo, Saldanha, Campo Grande, passando pelo Bairro de Carnide até ao término na Pontinha, junto ao emblemático quartel onde esteve instalado o Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas (MFA), a partir do qual se dirigiram as operações.
Em anos anteriores fora o inverso, iniciava-se junto ao quartel da Pontinha e tinha a meta no Largo do Carmo. Penso que este ano foi um pouco mais dura, pois teve subidas prolongadas, principalmente desde a Avenida da Liberdade até ao Saldanha. Participar nesta corrida para mim teve uma grande simbologia, estar no local onde os protagonistas fizeram a revolução, foi uma grande honra. 
Foi com grande descontracção que encarei esta prova, em que o mais importante era participar na festa da liberdade. Não houve contagem de tempos, por isso penso que apenas foram contabilizados os primeiros, que tiveram direito aos merecidos troféus. Para mim, o melhor prémio foi um cravo, que alguém me ofereceu no final a corrida.
João A. Melo

1 comentário:

  1. João

    Embora devagar o fascismo encapotado está a chegar.

    E é simples de ver o medo que as pessoas começam a ter por expressar a sua opinião, e ele está bem latente nos comentários sobre os temas do 25 de Abril que vejo pelos blogues. Se se fala de corrida somente, há 15 a 20 comentários, se se fala de Liberdade e 25 de Abril logo os comentários descem para um ou dois.

    Não te vi no Largo do Carmo nem te vi à chegada (acabaste primeiro que eu), mas estiveste lá, e isso meu amigo é que conta.

    Até amanhã no 1º de Maio.

    Abraços!

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