quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

XII Grande prémio do Atlântico



No sábado estivera uma manhã de sol mas a tarde foi chuvosa, para os mais optimistas tudo levava a crer que o estado do tempo no domingo se poderia repetir, o que seria bem bom. Quando acordei, abri os estores da janela e vi um dia cinzento mas não chovia, logo torci o nariz, hummmm... Lembrei-me que no ano passado estivera a chover intensamente durante toda a noite e durante o período da corrida, a chuva dera umas tréguas, podia ser que se voltasse a repetir.

Chegado à Costa da Caparica, verifiquei que a partida não era no mesmo local do ano passado (junto à sede do Núcleo Sportinguista), tive que andar à procura do sítio, corri, aqueci e segui alguns colegas de corrida até ao dito local, estranhamente escondido lá para as traseiras de uns prédios. Ainda comentei com o amigo Mário Lima, que alegremente (seu cariz habitual) me encontrou no aglomerado de atletas, que não entendia o local da partida, tudo levando a crer que o percurso inicial seria lá para o meio dos campos. Chegada a hora da partida, constatámos que afinal não, tendo a organização improvisado um novo local de partida, a cerca de 10 metros à frente, dado que a maioria dos atletas não conseguia passar para trás do insuflável. Entretanto a chuva começou a cair em grossos pingos.

Durante os primeiros 3 km a chuva não foi muita mas era contínua e o vento soprava algo forte, ia-se bem. A partir dos 5km a chuva intensificou-se e à medida que nos aproximávamos da costa, o vento passou a soprar com mais força. Pensei "isto vai complicar-se, mas há que seguir em frente". Ao chegar ao passeio marítimo (se assim se poderá chamar), ao longo da praia, foi um "Deus me valha", soprava, vindo do lado do mar, um vento fortíssimo, que misturado com areia, batia a forte chuva contra nós. 

As dificuldades para correr eram muitas, o vento, chuva e areia fustigavam-me violentamente no rosto e pernas, sentindo as picadas de areia. Na passada, batia de vez em quando com o ténis do pé direito na perna esquerda devido a ser empurrado pelo vento, que vinha do meu lado direito. Vacilava mas não caía, corria com o rosto virado de lado por ter dificuldades em respirar devido à intensidade do vento. Vi alguns olhares de algumas pessoas encostadas e abrigadas nos edifícios, que nos olhavam incrédulas, quiçá a interrogarem-se, como era possível correr no meio daquele temporal. Dos fracos não reza a história...


Percorridos os cerca de 4 km ao longo da praia entrei no derradeiro quilómetro, já a "fugir" da costa, a levar com o vento e chuva pelas costas, com a camisola encharcada a colar-se ao corpo. Este último quilómetro, pelas ruas da cidade, foi em ziguezague, a desviar-me das poças de água, mas a meta já estava perto. Foi a prova mais difícil em que já participei, não pelo percurso mas devido às condições climatéricas.

Quanto à organização, do núcleo Sportinguista, em parceria com a Xistarca, poderei dizer  que houve falhas, principalmente no local da partida, pois deveria estar alguém com um megafone a avisar os participantes, o sentido da partida  e o local para onde se deveriam dirigir. Se existiram outras lacunas (como ouvi falar), nomeadamente no ordenamento do trânsito, provavelmente o estado do tempo também teve influência.

13 Fevereiro (Dom - 10H00) – 10 km – XII grande Prémio do Atlântico -  Costa da Caparica – 2011

Escalão: M45
Chegados à meta: 1319
Classificação: 477º
Tempo: 00:48:14 minutos (tempo de chip)
Vencedor: MICHEL ANDERSEN - Academia do Korpo
 
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João A. Melo